O livro de Atos inicia com a última aparição de Jesus aos seus discípulos. Antes de ser elevado aos céus, Jesus lhes disse: “Vocês vão receber o Espírito Santo, e, quando ele vier, vocês serão minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judéia e Samaria e até mesmo nos confins da terra” (A Mensagem – Eugene Peterson).
Depois de três anos de caminhada o curso havia acabado. Os discípulos iriam continuar o que Jesus havia começado. Ele ensinou como fazer, fazendo. Agora eles deveriam fazer com outros para que esses outros fizessem com outros e assim sucessivamente.
Jesus não priorizou os templos: Ele ia de cidade em cidade, de porta em porta, nas ruas e nas sinagogas. Jesus não priorizou as massas: ele falava com as pessoas individualmente, a fim de entender as aflições e a necessidade particular de cada um. Ele não priorizou os rituais: comeu com publicanos, curou aos sábados, falou com mulheres em público e até deixou-se ser tocado por elas. Jesus não priorizou os cursos de teologia: ensinou sobre o Reino de Deus às pessoas com as coisas do cotidiano, através de estórias que ele chamou de parábolas. Jesus não priorizou o grande: nasceu numa humilde estrebaria, viveu entre os pobres e morreu numa vergonhosa cruz.
Isso precisa nos ensinar alguma coisa. Jesus nos deu o modelo, as ferramentas e as estratégias. Entretanto, com o decorrer da história nos institucionalizamos e nos acomodamos, o que fez com que a missão deixasse de ser prioridade. Enfim, embaçamos a visão de que o nosso único objetivo como igreja é conduzir todo tipo de pessoas aos pés de Jesus em todos os lugares do mundo.
Permita-me encerrar levando-o a uma reflexão. Imagine que estejamos num barco com algumas pessoas tentando alcançar a margem que certamente levará algum tempo para ser alcançada. O que faremos? Encheremos a embarcação de objetos, correndo o risco de naufragar? Ficaremos remando em outras direções e com isso minando as nossas forças físicas até a exaustão? Ou aliviaremos a carga, direcionaremos os nossos remos num mesmo sentido e olharemos fixamente rumo a margem que está adiante de nós?
Pr. Elias Manoel
Pastor Presidente da Igreja Batista Central em São José dos Pinhais - PR